O que é um Embromance?
Mais do que a simples análise e interpretação de suas palavras, o leitor, ao ler um texto, aprecia a sua métrica e, ao meu ver, principalmente, a sua sonoridade.
Toda palavra, além de um significado, possui uma forma e fonética, que auxilia a transmitir o grau de austeridade ou informalidade do que se quer comunicar.
Partindo-se destes pressupostos, os Embromances buscam exaltar a forma e a sonoridade em suas expressões, em detrimento completo de sua lógica ou real significado.
Cabe a eles embalar o leitor em uma atmosfera superficial de eruditismo e exaltação emotiva, sem que contudo coliguem-se as informações contidas em cada real significado das frases.
Menos vale o "ser" do que o "parecer ser".
Mais vale o símbolo do que o significado.
Não há como entendê-los sem experimentá-los.
Embarquem nesta experiência e apreciem.
Toda palavra, além de um significado, possui uma forma e fonética, que auxilia a transmitir o grau de austeridade ou informalidade do que se quer comunicar.
Partindo-se destes pressupostos, os Embromances buscam exaltar a forma e a sonoridade em suas expressões, em detrimento completo de sua lógica ou real significado.
Cabe a eles embalar o leitor em uma atmosfera superficial de eruditismo e exaltação emotiva, sem que contudo coliguem-se as informações contidas em cada real significado das frases.
Menos vale o "ser" do que o "parecer ser".
Mais vale o símbolo do que o significado.
Não há como entendê-los sem experimentá-los.
Embarquem nesta experiência e apreciem.
domingo, 28 de junho de 2009
Armageddon
Eu estava lá, e sentia...Não que não pudesse alcança-los, mas...eu sentia. Nada poderia me deter. E então veio a peste. E levou a todos nós. E veio o medo, a fome e a desnutrição. Já não era mais o mesmo e temia pelos meus familiares. Um pequeno grupo se foi...e mais outro. Cadáveres se empilhavam sobre os escombros. Fumaça, angústia, escuridão. Vítimas da escrutínia humana e da sofreguidão. Um galho seco retorcido se achegou a nós e nele nos agarramos. Uma nova enxurrada levou tantos que não poderia contar. Respirei e pensei. “Nada no mundo vale o preço de uma ardósia”. Meus pés gelaram, meu pulso caiu junto à pressão sanguínea. Por pouco não fora arrebatado de vez para o caldeirão do inferno. Emergi cuspindo sangue e ouvindo vozes, bem ao longe. Entre elas a de um menino.Cem toneladas de cal caíram bem diante de meus olhos. Um carvalho em brasas quedou firme, esfumaçando tudo e nos cegando temporariamente, com seu ardor. – “Voluntários, corpos logo adiante!” Tentei gritar para que me achassem mas o gosto rouco da fumaça entranhara em meus pulmões. Ergui um arbusto e o agitei, mas o vento forte era, a este ponto, ensurdecedor. Uma nova cortina de fumaça e fogo cortou-me subitamente as narinas e fui lançado por centenas de metros, com o corpo girando tal qual uma bola de bilhar. Não senti a queda, somente o silêncio. O vazio e o nada. Era escuro e frio e eu não podia me mover. Como num tenebroso pesadelo, vozes ininteligíveis se ouviam e ecoavam, por toda parte. De repente passos. Que surdos e enlameados se aproximavam. Procurei gritar, mas não me ouvi. E vi uma luz intensa virar-se para os meus olhos. Cego por instantes fui trazido à vida por uma dor terrível, carcumendo todos os meus ossos. Reconhecia aquele ambulatório. Era a base naval de Brifterdale, Novo México. Vozes familiares fui distinguindo entre vultos que começavam a ganhar forma, em minha visão turva e desfocada. “Foi apenas um susto”- ouvi Brad dizer. Meus filhos correram em minha direção e o capelão segurou-os pela lapela. “Seu pai precisa descansar, anjinhos. Vamos deixá-lo sozinho”. Tentei gritar que ficassem, mas não me ouviram. Tudo o que menos queria era novamente me ver sozinho. Uma nova cortina de fumaça se formou e em segundos tudo foi demolido. Tive sorte de estar atado, pois por pouco encontraram meu corpo imóvel, a trinta metros de uma cratera vulcânica.
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